SXSW Interactive 2016 – Parte 3

30 de março de 2016
Posted in SXSW 2016
30 de março de 2016 Felipe

SXSW Interactive 2016 – Parte 3

(Vou tentar ser mais curto daqui pra frente)

O SXSW é mais legal com as pessoas que você conhece no caminho. E eu conheci várias pessoas legais em Austin. Conheci o Fabrício no hostel e conheci Gabriela e Carol, que trabalham com minha irmã, em uma cerveja de fim de dia. Cada um traz outras pessoas junto, e quando vemos, temos um grupo legal de pessoas. E cada um vive e acompanha o festival de uma forma diferente.

Na resenha da cerveja, a certeza de o SXSW é mais legal quando é compartilhado. 🙂

Craft Pride, bom bar onde batemos ponto com alguma frequência.

Craft Pride, bom bar onde batemos ponto com alguma frequência.

SXSW Interactive – Dia 3 – 13/11

Comecei o dia no painel do time de mídias sociais da CIA. Trabalho primoroso, especialmente se considerarmos as limitações que o time sofre. Carolyn Reams, a “xocial media” e Preston Golson, chefe de comunicações, falaram que a decisão de agência para entrar nas redes sociais foi baseada no fato de que as conversas acontecem com e sem eles. Com base nisso, começaram a moldar a estratégia. Carolyn trabalhou no museu da CIA e usou essa experiência para identificar o público em três categorias: Quem fica na borda (Skimmers), quem nada (Swimmers) e quem mergulha (Divers). Para quem fica na borda, a história tem que ser contada em poucos tweets, com fotos ou gráficos. Os nadadores querem um link para o site da CIA, onde estará toda a história. Finalmente, para os mergulhadores, as histórias precisam de uma leitura complementar: artigos, textos e afins.

Não apresentaram nada inovador, mas foi um super caso de como fazer bem-feito. Algo que não é comum hoje.

Depois vi uma palestra sobre atenção, percepção e memória e o impacto da tecnologia nestes aspectos. Por exemplo, GPS em carros atrapalham nosso senso de localização, mas o auxílio de estacionamento aguça nossa percepção espacial. Porém, achei super interessante o conceito de “cegueira não-intencional” e a “satisfação da busca”. Em um teste conduzido com agentes de segurança em Raios-X de aeroportos, grande parte enxergou uma garrafa d’água nas bolsas e, inconscientemente, deixaram passar uma arma. A mesma coisa acontece com radiologistas que ficaram tão focados em achar doenças e anormalidades que não viram, por exemplo, um gorila desenhado nas chapas. Bem curioso.

De lá, corri pro Four Seasons e vi uma discussão sobre a Fórmula E, campeonatos de jogos virtuais – com números absurdos!! – e a transição de jogadores do mundo virtual para o real. Esse painel foi escolhido a dedo, porque eu gosto muito da Fórmula E, o campeonato de carros elétricos da FIA.

Fiquei impressionado com os números atingidos pela Electronic Sports League. Foram 870 mil partidas assistidas, o que equivale a 9,7 bilhões de minutos. A Liga distribuiu 8,4 milhões de dólares em prêmios. Ou seja, é um negócio considerável e que começa a atrair olhares. Os executivos da F-E, por exemplo, estão estudando uma forma de mesclar os pilotos virtuais com os reais, adicionando mais uma camada de interatividade ao campeonato. Com sorte, pode sair mais um Jann Mardenborough, piloto inglês que ganhou a GT Academy, programa da Nissan com a PlayStation e hoje integra o time de pilotos da montadora.

Na volta para o Centro de Convenções tentei assistir a entrevista do Anthony Bourdain, mas enfrentei a maior fila que já vi na história das palestras e não logrei sucesso. Então, entrei na sala ao lado para ver Ronda Rousey e Odell Beckham Jr, wide receiver do NY Giants. O tema era “atletas sem amarras”, mas vimos o contrário. Imaginei que seria uma entrevista sobre a relação de atletas com a mídia, como eles podem ser autênticos e tal, mas errei. Foi uma ação promocional do Uniterrupted, uma plataforma de relações públicas para atletas, onde eles postam seus vídeos e afins. Bobagem total. (Está aqui para quem quiser ver. Sem embed só de raiva mesmo).

Fechei o dia com uma pesquisa que tenta identificar padrões de violência com armas de fogo através das redes sociais. Trabalho feito na marra por conta da falta de dinheiro para pesquisas sobre o assunto. E vou falar somente sobre isso aqui.

As instituições e fundações que financiam pesquisas sobre violência com armas de fogo disponibilizam anualmente apenas dois milhões de dólares para isso, enquanto o Instituto Nacional de Saúde consegue 21 milhões de dólares apenas para pesquisas sobre dor de cabeça. Além disso, existe falta de dados sobre as ocorrências. Podemos traçar um paralelo com as mortes em acidentes de trânsito nos Estados Unidos (e são 38 mil/ano por lá). Praticamente todos os dados imagináveis são coletados, desde o perfil e lesões das vítimas, passando pelo modelo do carro, até as condições climáticas do dia. Desta forma, foram feitas políticas, leis e iniciativas para aumentar a segurança nas ruas e estradas, reduzindo as mortes em 27% desde os anos 70. Simplesmente não existem esses dados quando falamos de armas de fogo.

A ferramenta desenvolvida ainda está em fase de testes, mas a palestra bem bacana e acho que vale a pena vocês assistirem também:

No fim do terceiro dia começa a bater um cansaço e a tendência é colocarmos o pé no freio e selecionar bem as palestras para os dois dias restantes.

Alguém perdeu uma Piñata em Austin. Que dó!

Alguém perdeu uma Piñata em Austin. Que dó!

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