Que seja um bom texto de despedida.
Ontem, 22/07, Samuel completou 11 meses. Na hora do parabéns do mesversário, com o bolo que a vovó Pilar comprou e que também fez a alegria do escritório hoje, percebemos que estávamos cantando o parabéns mensal pela última vez. E escrever essa frase me trouxe sentimentos mistos.
De todas as versões mensais, acho que a v0.11 do Samuel é a que apresenta mais mudanças, avanços e descobertas em relação às anteriores. Ele aponta, se comunica, tem uma biblioteca de sons que é muito engraçada, faz dramas homéricos quando é deitado no trocador. O sorriso está no plural, são sorrisos, risadas e gargalhadas de mostrar os dentes que agora são quatro, dois embaixo e dois em cima.
Ele sai engatinhando e o som das mãozinhas batendo no piso é um dos mais gostosos. Só perde para a gargalhada quando apostamos corrida em quatro apoios, e se eu sou mais rápido, ele tem os joelhos em melhores condições e isso faz muita diferença. Outro som delicioso – menos para o vizinho de baixo – é o da escadinha montessoriana sendo arrastada pela sala, e ela é o apoio para o rapazinho que ensaia seus primeiros passos.
Nos últimos dois meses, ele desmamou por conta própria, aprendeu a beber leite e água no copinho e devora qualquer tipo de proteína animal. Asinha de frango e salmão são os pratos preferidos. Banana, uva e manga também são bem-vindas.
Eu me perco quando olho para esses olhos. Eles são lindos, compõem um olhar curioso e com uma vontade de viver imensa, do tamanho de quem passou por um turbilhão de coisas logo no comecinho da vida e tirou tudo de letra. Eu também olho para me observar, aprender com o Samuel e tentar entender o furacão que passa de maneira figurativa pela minha cabeça, enquanto ainda tento descobrir como equilibrar os pratinhos de profissional e pai, e tentar imaginar o que está por vir. É impossível saber e isso é uma dor e uma delícia.
A próxima versão é a 1.0 e que jornada será daqui pra frente.
Obrigado por tudo até aqui, filho.