O dia das crianças me faz reforçar a observação do construtor de dois anos que mora lá em casa.
“As crianças aprendem brincando”, disse o compositor Brian Eno em uma entrevista para o Ezra Klein (e que será esmiuçada em breve). “Elas estão aprendendo sobre materiais, relações pessoais, sobre suas mentes e seus corpos. Coisas que são importantes de se entender”.
Olho para o Samuel brincando, curioso e mantendo seu olhar fresco.
Para ele, as coisas não precisam ter escalas. Os brinquedos de montar servem para qualquer finalidade: viram uma garagem, uma casa, um volante de carro. Três peças viram uma caminhonete e não é preciso que rodas existam para isso. O puff da sala vira a mesa de ping-pong e ele, muito educadamente, cumprimenta e deseja um bom jogo antes das partidas.
Falando sobre volantes, duas almofadas no sofá viram um carro. Quando estou deitado e com os joelhos dobrados viro um caminhão de lixo, um caminhão reboque ou uma ambulância. Ele abre a porta (meus braços), coloca o cinto, liga o carro e começa a dirigir.
Os livros são páginas de exploração e a rua vira uma extensão dos livros. Cada pedacinho novo compõe a descoberta de um mundo que está em constante expansão na sua cabecinha.
Observar isso serve de reforço para mantermos esse espírito curioso. Sonho com a ideia de como seria incrível se todas as crianças tivessem essas oportunidades de descobrir, aprender e construir futuros.
Que os sonhos permaneçam vivos.
Feliz dia das crianças.