Muitas vezes, desenhar com o Samuel é quase como fazer um curso expresso de facilitação gráfica.
Se você não sabe, facilitação gráfica são aqueles esquemas visuais com desenhos e palavras usados para representar ideias de forma rápida, enquanto elas vão surgindo. Vemos muito disso em palestras, por exemplo, e também aqui em casa.
Quando desenhamos juntos (“papai, vem desenhar!”), o único momento previsível é quando puxo o banquinho pra perto da torre de aprendizagem ou pra frente da geladeira. Depois disso, é 100% no improviso, respondendo aos pedidos do rapaz e criando em conjunto. Outro dia, estávamos desenhando no quadro da geladeira, cada um com sua canetinha. De repente:
— Papai, desenha o neném…
— … andando de moto…
— de capacete!
(ele faz seus desenhos e rabiscos)
— Escreve “mamãe!”…
— …”papai!”…
— …”neném!”…
— …”jacaré!”!
(Faz mais desenhos)
— Agora faz um trator…
— …na terra!…
— …puxando um carro de polícia!
Ele se deu por satisfeito, levantou-se e foi fazer outra coisa.
O resultado final foi esse:

A facilitação gráfica.
A colaboração entre um rapaz de um ano e dez meses e um pai de quase 43 anos, recheada de descobertas, traços e abstrações.