Dez anos depois

11 de agosto de 2025
11 de agosto de 2025 Felipe

Dez anos depois

Há dez anos, em 11 de agosto de 2015, acontecia a Cerimônia de Abertura da WorldSkills São Paulo 2015, a maior competição de educação profissional do mundo.

O evento no Ginásio do Ibirapuera foi só o primeiro momento de adrenalina e emoção que também pautou os quatro dias seguintes de competição e mais a Cerimônia de Encerramento. Fiquei emocionado vendo a coreografia, a entrada das delegações e me lembro de estar ao lado do John Cox, Gerente de Operações e Sistemas de Informação da WorldSkills, que me contava as tradições daquele momento: “A Nova Zelândia faz o Haka. A Suíça entra com um grande sino”, e eu inaugurei uma própria tradição: chorar quando a delegação brasileira apontou. Era incrível pensar que estávamos entregando o que havíamos planejado.

E o glamour sempre andou acompanhado do trabalho. Depois da cerimônia, voltamos para o Anhembi. Subi para meu quarto no Holiday Inn, troquei de roupa e desci para rodar todo o espaço, do Sambódromo ao Pavilhão de Exposições, para checar as TVs e totens de informação. Assim como os dias anteriores, os dias seguintes foram recheados de muita entrega, resolução de problemas, improviso (que é a combinação de muita prática com um extenso repertório) e colaboração em seus estados mais cristalinos.

De um lado, organizar e ver uma competição contribuiu muito para meu trabalho com educação corporativa, Treinamento & Desenvolvimento. É fácil perceber como a educação profissional tem papel fundamental nos desafios do futuro do trabalho. Além disso, como o pensamento analítico, a criatividade e a comunicação são habilidades fundamentais — e continuarão a ser por um bom tempo.

Ao meu lado, as pessoas. Esse projeto só foi possível e legal por conta da turma que habitava o escritório do Comitê Organizador e que se apoiou tremendamente durante os dias no Anhembi. O SENAI conseguiu juntar pessoas incríveis, com diferentes histórias e culturas. Sinto saudade das amizades que fiz e que foram muito além do escritório. Os almoços, happy hours, perrengues, longas reuniões, os registros que fiz do dia a dia de trabalho moram para sempre em minha memória.

Três momentos de companheirismo são especiais. Dois deles, quando já estávamos no Anhembi. No primeiro, em 7 de agosto, fui chamado para uma reunião no final do dia. Quando cheguei, percebi que a reunião era uma desculpa para cantarem parabéns, desejarem feliz aniversário e comerem um bolinho comigo. Dois ou três dias depois, tive a mãe das infecções estomacais e fui assistido com muito carinho pelos amigos e colegas. O terceiro momento aconteceu em setembro, quando grande parte do escritório seria desmobilizada. Fizemos uma bela festa, com premiação simbólica, muitas risadas e abraços.

Trabalhar com o secretariado da WorldSkills, composto por pessoas na Austrália, Canadá, Suíça, Alemanha, Finlândia e afins, foi uma escola e uma gentil lembrança de que consigo ir muito além do que eu acreditava. Na prática, vi e entendi como um grupo de 20 pessoas consegue trabalhar de maneira remota, em diferentes fusos horários e de maneira tão coordenada para entregar um evento dessa magnitude. E como essas 20 pessoas viram 150 durante a competição, quando o Secretariado Estendido — os voluntários da WorldSkills — chegam para ajudar. Tive a oportunidade de fazer parte desse time nas duas competições seguintes, em Abu Dhabi e Kazan, e posso ser em todas as outras.

Dez anos depois, relembro com o mesmo encantamento aqueles dias no Ibirapuera e no Anhembi. E sigo um firme defensor da colaboração, da gentileza e da criatividade como motores nos projetos, organizações e na vida.

Comment (1)

  1. Zannini

    Um projeto que marcou minha vida profissional e creio que de muitos. Saudade desse tempo, dos desafios e principalmente de todas as pessoas que participaram com a gente.❤️🙏

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