Estou na reta final do que é comumente chamado de inferno astral, distante apenas quatro dias de completar mais uma translação em torno do sol. Felizmente, não tive tempo de pensar nisso por um motivo lindo e óbvio, a chegada do Samuel nas próximas semanas.
Ainda assim, propus um novo olhar para uma atividade que gosto e dedico um tempo especial nesse período, que é plugar meu velho HD externo e olhar as pastas de fotos. Mais do que relembrar, queria fazer uma “leitura crítica” de algum registro que eu tenha amado fazer na época, daqueles que postava no Fotolog, o instagram de outrora. Essa “leitura” seria acompanhada de algum comentário autodepreciativo, possivelmente.
E em uma das possíveis pastas – o registro de almoço de aniversário de um tio querido, em novembro de 2004 – encontrei essa foto da Vovó Rachel. Fui pego no contrapé, porque não era a foto que procurava. Eu queria uma foto do por do sol, que não é tão legal feito essa.
Nesse dia, perguntei se podia fotografá-la e ela não só deixou, como se posicionou tal qual as fotos antigas e se dirigiu. Eu só apertei o botão, afinal não tinha a menor ideia de como orientar alguém nessa situação. São umas seis fotos dessa mulher incrível, no alto dos seus 78 anos e com uma história linda.
Quase duas décadas depois, celebro esse mini-ensaio, sorrio relembrando a gargalhada da vovó e penso que ela estaria feliz em ver o crescimento da sua prole de bisnetos. Eu estou feliz e já imagino as poses, ensaios e gargalhadas das vovós e dos vovôs do Samuel e do netinho que está para chegar.