Bandeja #2

24 de junho de 2019
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24 de junho de 2019 Felipe

Bandeja #2

Graças à um convite de última hora, a bandeja número 2 está pronta. Comecei esse projeto no primeiro final de semana de maio. Pra quem não se lembra, a minha primeira incursão na marcenaria foi também com uma bandeja. Foi super divertido, uma oportunidade incrível de aprendizagem e, por isso, achei que esse projeto seria mais rápido. Como diria Fausto Silva, “errou!

No primeiro final de semana, consegui grosseiramente fazer as laterais e o fundo. Deixei tudo separadinho na oficina do meu tio pra terminar em um outro momento. Achava que iria demorar e fiquei feliz que a oportunidade apareceu antes. Foi legal pra ver que as coisas levam tempo e como somos facilmente enganados pelo Youtube. Vamos lá.

Como pouco sei sobre marcenaria, as chances para aprender algo novo estão do meu lado. Seja no processo, seja nas técnicas. É sempre bom reforçar que diferente dos vídeos que vemos, poucos projetos são obras do acaso. É preciso gastar tempo planejando a construção, escolhendo a madeira, planejando os cortes e medidas e trabalhando o material. Tal qual no meu dia a dia profissional, um planejamento bem feito visa diminuir os percalços no meio do caminho.

Óbvio que não estamos imunes a eles e eu vou dar um exemplo. Essa bandeja tem as laterais unidas usando “box joint“, esse encaixe de dentinhos. Meu tio precisou de quase um dia para ajustar o novo gabarito. Eu precisei errar pouco, porque qualquer milímetro faria diferença no encaixe final. (e fez)

Ajuste no gabarito do box joint.

Modelo de box joint.

Mesma coisa para a alça, que foi feita na furadeira de mesa, usando a ponta Forstner, que faz um furo largo e circular. Três ou quatro desses bem-feitos fazem 90% do trabalho. Você só precisa acertar com a serra tico-tico. Em tese, porque ainda me falta habilidade, tanto para essa ponta quanto para a serra.  🙂

Processo de furos da alça da bandeja.

Naturalmente, errei um bocado. Mexi na largura e comprimento no meio do projeto, precisei lixar, cortar e aparar para cobrir a falta de traquejo supracitada. No sábado de manhã, quando vi que o fundo estava menor do que as bordas, pensei em transformar tudo em uma grande fogueira e dar o trabalho por encerrado.

E aí, a ajuda de um tutor experiente acaba fazendo a diferença. O tio Ângelo sugeriu correções simples e que funcionaram muito bem. Precisei voltar para o gabarito do box joint e voltei a gastar um bom tempo lixando, mas deu tudo certo.

Aliás, falando nisso, desconfie quando seu youtuber preferido faz pouco caso do trabalho braçal. No caso de vídeos sobre marcenaria é ouvir algo como “Ah, aí eu montei, dei uma lixada e encerei”. Turma, “dar uma lixada” dá trabalho, demora e é chato pra caramba, mas é necessário para que fique bonito.

“Dar uma lixada”.

O resultado é esse aí embaixo. Tem algumas falhas, eu posso dizer que alças quase simétricas são minha marca registrada e estou super feliz com o produto final. Além de continuar aprendendo algo novo, a marcenaria é uma aula de expectativas e humildade. Cheguei querendo terminar a bandeja em um dia e aproveitar os outros para fazer qualquer outra coisa. Saí pensando que é melhor fazer um pouquinho a cada dia.

Melhor assim. 🙂

Bandeja 02 – Pinho 51 x 32cm

Bônus: tem até um mini timelapse.

 

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