Da minha terra à Terra

22 de setembro de 2014
Posted in Fotografia
22 de setembro de 2014 Felipe

Da minha terra à Terra

Recentemente terminei a autobiografia do Sebastião Salgado, “Da Minha Terra à Terra”, presente de aniversário dado pelo Bruno Milagres. Rápido e fácil de ler, é livro para uma ou duas sentadas. Nele, Salgado conta sua vida desde a fazenda do seu pai em Aimoré até hoje. No meio disso tudo, “só” as suas histórias, do envolvimento com a fotografia, os livros, a vida pessoal. É muito rico e caras como o Sebastião Salgado são poucos no mundo.

No entanto, o que mais me interessou não foram as partes técnicas sobre fotografia. Aliás, as partes técnicas sempre me dão medo quando leio entrevistas e livros sobre música e fotografia, em especial. Quando a conversa começa a girar em torno de pormenores técnicos é quando ela se afasta das “pessoas normais”, e acabam virando imensos tratados sobre câmeras e lentes (ou baquetas, pratos e peles de bateria). Claro, Salgado fala das câmeras, dos filmes, dos químicos, mas completamente dentro do contexto das suas histórias. E são essas histórias que me interessaram, principalmente a maneira como ele se envolve socialmente e emocionalmente com os assuntos fotografados.

Eu não me considero um fotógrafo de ofício, mas um grande entusiasta. Também não quero, e imagino que nem consiga, ser um Sebastião Salgado. Mas independente do meio, seja a fotografia ou o texto (pra ficar na minha onda), a coisa mais importante sobre contar uma história é se envolver com ela. Fazer parte do grupo, se “esconder” no assunto, passar despercebido. Tímido que sou, tenho muita dificuldade nisso, especialmente fotografando. Travo até nos momentos mais prosaicos. Acho que estou atrapalhando, que alguém vai perceber. Sempre acho que sou um elefante andando no meio de uma sala.

Não há receita de bolo para isso, é claro. Mas se aproximar, ouvir e trocar experiências seria a chave. Tanto para acabar com a timidez quanto para contar boas histórias. Acho que esse é o maior dos aprendizados do livro.

Ainda chego lá. 🙂

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