Voltando ao normal. Aí vejo no Superesportes que o Cruzeiro irá lançar uma modalidade especial de Sócio Torcedor, a “Super Sócio“, que custará mil Dilmas por mês.
Antes de ler a matéria, fiquei imaginando quais seriam os benefícios desta modalidade. Pra começar, imagino que o Sócio tenha um camarote para ele e seus convidados. Aí li este parágrafo:
“(…) a reportagem apurou que, além de lugar especial no estádio, o Super Sócio pode ter direito, inclusive, a indicar garotos para teste nas categorias de base do clube.”
Aqui vai um pitaco de um entusiasta do futebol: Vai dar merda. Ou é amadorismo da diretoria ou é a “legalização” dos empresários. Porque imaginem, todas estas cotas serão compradas por pessoas que vão querer indicar (ou agenciar pela indicação, o que é pior) “jovens talentos” para o time. “Ah, Felipe, mas aumentarão as chances de acharmos craques. Afinal, quanto mais indicações, maiores são as possibilidades”. Em um cenário ideal, sim, eu concordaria. Mas eu, você e a grama que ainda não nasceu no Mineirão sabemos que isso não vai ser verdade. Mil reais podem detonar uma série de síndromes do pequeno poder. Não demora, e eles vão cobrar que a categoria de base promovam esses meninos. Afinal de contas, o cara já paga mil reais para o clube e o mínimo que ele espera é que o esforço financeiro seja recompensado. Imagino que isso vai atrapalhar todo o fluxo de uma categoria de base já esculhambada.
Se extrapolarmos, o pequeno poder sempre pode ficar pior. O Super Sócio pode se achar no direito de ir na Toca 2 para “cobrar resultados dos jogadores”, já que até o torcedor que não paga nada faz isso.
Acho legal a ideia de criar uma categoria super top para sócios. Mas tem que haver um limite e, pra mim, este limite é o dia-a-dia do clube. Qualquer benefício que envolva indicar jogadores, dar direito a voto e etc pode ser um tiro no pé do clube. E é tudo o que o Cruzeiro não precisa agora.
Fernando Norte
Eu não entendo. Uma das coisas discutidas anteriormente (não aqui), é a possibilidade dos clubes se tornarem S/A, e com isso qualquer torcedor poderia se tornar “sócio” do clube pela compra de ações e assim, os sócios com maior poder aquisitivo também participariam de tomadas de decisão desse porte, que aí você vê como “síndromes do pequeno poder”. Ao invés de ficar criando esses caça-níqueis (esse aí é bem gordo, mas duvido que leve 10 vezes mais do que quem paga R$100), deveriam logo é criar a S/A e assim você paga quanto pode e não quanto querem, e os seus “brindes” vão de acordo com o seu volume de ações.
Mas se tirar essa síndrome, pode ter o seu lado positivo, que é o torcedor (que tem dinheiro) participar mais próximo junto as decisões do clube não apenas indicando juniores, atrapalhando assim os “esquemas” realizados nos clubes. Mas isso não fala a princípio se ocorrerá, fala?
Agora o problema das indicações é bem mais embaixo e volta na própria “Lei Pelé” que permite a existência dos managers de futuras promessas aonde um moleque de 12 anos já tem seu empresário para decidir seu ‘futuro’ e quem sofre com isso são os próprios clubes que perdem vários direitos sobre a formação desse jogador, mas auxilia na corrupção.
Caso não fosse isso, não vejo porque indicar qualquer perna-de-pau só porque ele é seu lindo e prodígio filho/primo/vizinho, indicar à categoria de base é uma coisa, vingar no profissional é outra beeeem diferente.