Um pouco de calma, por favor

5 de abril de 2011
5 de abril de 2011 Felipe

Um pouco de calma, por favor

Tinha muito tempo que não falava de automobilismo nesse espaço. Mas fiquei tão puto com os ocorridos dos últimos dias e gosto tanto do assunto que não tinha como ficar calado.

Acompanhei a discussão sobre o acidente (e a infeliz fatalidade) de Gustavo Sondermann, piloto da Copa Montana, e fiquei impressionado com a abordagem de algumas coberturas e principalmente, com o rabo preso de alguns profissionais.

A começar pelo lado bom: Grande Prêmio e seus “afiliados”. Entrevistaram Deus e o mundo, atrás das causas do acidente. Os posts do Flavio Gomes sobre pilotos, pistas, carros e dirigentes mostram que o buraco é bem fundo no automobilismo nacional. De vez em quando ele é bem contundente em alguns de seus comentários, mas não tem como tirar o chapéu. É o retrato da inércia e do descaso no automobilismo brasileiro.

Aí temos o lado ruim: O sensacionalismo da Globo com o “Apelo de um pai”, escrito por Galvão Bueno. Honestamente, a emissora não mostra a “maior categoria do automobilismo nacional” em TV aberta, não cita a Copa Montana pelo nome e me vem com essa pompa toda? Não desmereço a preocupação do Galvão. Se meu filho resolver pilotar, é óbvio que ficarei com o * na mão. Mas eu quero é coerência e não esse fuzuê depois da terceira morte (em três anos) na mesma curva.

Duro mesmo é ver pilotos, mecânicos e chefes de equipe calados, sem falar sobre a segurança dos carros ou cobrar alguma postura minimamente decente da CBA.

Em tempo, não acho que a curva seja assim tão assassina. Aumentar a área de escape ali seria uma obra muito cara e demorada. Me parece que utilizar a chicane feita para as motos seja mais efetivo, barato e seguro. É melhor gastar dinheiro focando na segurança dos carros e no preparo dos pilotos. Podem ter certeza que se um acidente feito esses da Nascar, ou da V8 Supercars (a “stock car australiana”) acontecer no Brasil, pode ter certeza que os danos serão maiores.

E o australiano aconteceu em uma reta, com uma área de escape imensa na frente.

, , ,

Comments (2)

  1. Estevan Paiva

    Chicane? Sério? Já foi na pista? Já correu lá? Isso acabaria com a reta e consequentemente com as ultrapassagens. A solução não é a área de escape pelo “escape” em sí. É fazer que o carro bata e fique fora da pista. O problema é a volta de um carro desgovernado para a pista onde os caras passam acima dos 200km/h. Agora falar em preço e tempo é estranho. Isso não importa não é mesmo? A segurança tem que vir na frente.

    E a solução ali é simples. Empurra os camarotes da Toyota e da J.Walker pra baixo e diminui a arquibancada A. Pronto. Simples assim.

    • Felipe

      Estevan, fui ao circuito em 1999. Essa questão do post foi discutida amplamente, pelo menos no “Bem, Merdinhas”, a hilária Twitcam do Flavio Gomes. É óbvio que a segurança vem em primeiro lugar. E é muito melhor a prefeitura chegar e falar com a Globo, promotora da corrida, “olha, os 20 milhões que gastamos construindo arquibancadas serão gastos fazendo a reforma da curva”. Ou fazendo a chicane.

      De qualquer maneira, ela seria utilizada em algumas categorias. Para a Formula 1 aquilo ali é reta, o carro fica grudado no chão. Para a Stock Car e para as motocas não.

      Abraço!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *