17 de novembro de 2009 Felipe

De como ficar sem graça

Sento para almoçar no shopping, praça de alimentação relativamente vazia. Na mesa para dois lugares, somente eu, meu Steakhouse Burger, batatas médias e um copo de chá gelado. Quando a gente almoça sozinho, nosso foco é todo na comida. Você eventualmente olha pra algum lugar só pra tomar um ar. E foi nessa aí que cruzei olhares com um sujeito e sua bandeja do McDonald’s. “Cara, quanto tempo, posso sentar com você?” e já foi se acomodando. E eu nem tinha começado a comer o sanduíche.

“Pô, quanto tempo, ainda tem ido lá?” ele perguntou. “Ah… bem… não muito”, respondi secamente. Qualquer que fosse o lugar, era melhor dar uma resposta evasiva. Nesse momento, não tava nem aí pro meu almoço. Meu cérebro só ficava tentando responder “De onde eu conheço esse sujeito?”. Afinal de contas, não joguei bola com ele, nunca vi o cara no RUTs e ele também não foi meu colega de escola ou de faculdade. A situação só não era crítica porque ele também não lembrava o meu nome. Nessas horas, poderia ser socialmente aceito chegar pro sujeito e falar pra ele sair da mesa, afinal de contas, eu não lembrava do sujeito.

Quando a situação chega nesse ponto, a melhor coisa a se fazer é fazer perguntas genéricas do tipo “Onde você tá trabalhando?” e ir aproveitando toda e qualquer brecha que renda dentro do assunto. Na situação de hoje, fomos até o fluxo migratório de Trinidad e Tobago para a Inglaterra.

Agora, francamente, é muita falta de noção. Era mais fácil só cumprimentar e arrumar uma mesa do que ficar dois idiotas buscando um assunto em comum.

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