2 de dezembro de 2005 Felipe

Boa iniciativa

Site da Câmara é adaptado a deficientes visuais

Para tornar o acesso possível, as 5 mil páginas e as 70 mil imagens do portal foram alteradas de forma que programas de áudio (leitores de tela) possam efetuar sua leitura.

A conversão segue os requisitos recomendados pela Web Accessibility Initiative (WAI) do World Wide Web Consortium (W3C), organismo internacional responsável pelas recomendações para a rede mundial de computadores.

Torço para que outros orgãos públicos e empresas sigam a iniciativa da câmara. É até surpreendente pensar que os deficientes visuais agora tem acesso a web. Mais uma oportunidade para as agências atualizarem sua mão de obra. Dei uma lida rápida nas diretrizes e técnicas para a produção das páginas e não parece ser fácil. O problema, mais uma vez, é a “cabeça dura” de alguns profissionais. Comentando aqui na agência sobre o site da Câmara e das recomendações da W3C, dois analistas foram enfáticos. “Isso é bobagem. Coisa de quem tem dinheiro e quer gastar com bobeira”. Será? Não faz muito tempo e muita gente achava besteira produzir páginas que funcionasse no Firefox. Hoje é requisito. Posso estar enganado, mas acho que daqui a pouco não haverá outra alternativa para os grandes sites que não a possibilidade de acesso para deficientes visuais. Tô correto, Caio, Medeiros, Norte e Tiago??

Atualização (07/12): Tiago, sempre atento, avisa que tema da CNBB para 2006 é inclusão de deficientes.

Comments (2)

  1. Será que isso não é o efeito jatobá não?
    sério, depois daquela novela lá falto só tapete vermelho pros deficientes visuais…
    Mas claro isso é válido e até interessante…
    Resta saber só se, como o funk, isso também não é modinha da América…

  2. Tiago Augusto

    Cabeça, o lance é o seguinte: acessibilidade é um assunto já discutido há muito tempo na sociedade, mas nunca deram essa “roupagem” (digo, nome) que a web assimilou e as outras áreas têm tomado emprestado. Por isso fica parecendo uma coisa “nova”.

    Há 1 ano atrás eu estive envolvido em um projeto para habilitar o cadastro de portadores de deficiência num banco de currículos de um dos meus clientes. Fizemos esse projeto em conjunto com a equipe do CIRA (Sesi) e para a minha surpresa, a única pessoa que me atendeu e que não possuia deficiência alguma era a psicóloga. Meu espanto maior foi a secretária / recepcionista, com o computador ligado, distribuindo crachás e deficiente visual (total).

    E ela me deu alguns depoimentos dizendo como era a vida dela na internet. Sua maior dificuldade era justamente a falta de acesso por parte de quem emitia a informação, porque da parte dela, não havia alguma. Me perguntei, será que a “deficiência” não estava no emissor naquele momento?

    Amanhã (03/12) é o dia do portador de deficiência e hoje pela manhã o Marcos Frota estava no programa da Ana Maria (globo). E o que ele disse é verdade, o personagem Jatobá não foi o primeiro personagem deficiente dele, lembram do Tonho da Lua? Não acho que seja um modismo, não vamos fazer sites preparados para a Tati quebra Barraco ler (hehehe… cheio de imagens… ops…). O que nós precisamos enquanto profissionais desse mercado é deixar o preconceito de lado (sim, preconceito mesmo) e passar a adotar em nossos projetos o acesso ao portador de necessidades especiais (que é esse o nome correto) como premissa básica, assim como fazemos com o FFox, fazer projetos do podcast, webcast, chats e comunidades…

    Se queremos que o nosso trabalho seja bom, que nossa classe seja respeitada e reconhecida como tal, temos que fazer um bom trabalho, apenas isso!

    É vergonhoso ver depoimentos assim “é coisa de quem quer gastar dinheiro”. Nessas horas acho que é sorte desse tipo de gente por não me ter como cliente (e já te disse isso!). Porque então o cara trabalha com internet? Deve ser para poder navegar a toa sem pagar né.

    Como disse o Marcos Frota hoje cedo, o preconceito já é uma coisa tão ultrapassada que é chato até de falar sobre isso. Mas como bom senso no Brasil é uma coisa demorada, talvez o mais certo seria como o Governo de São Paulo fez, onde nos sites governamentais é obrigatório o acesso a portadores de necessidades. Podiam seguir esse exemplo e fazer disso uma lei federal.

    Agora, aos comentários cretinos que vocÊ tomou como exemplo, meu caro amigo, é isso que diferencia “o trabalhador” de “o profissional”, capice? Pedala brother…

    Abs.

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