Essa é batida. No meio da madrugada, o ônibus faz uma parada. Alguns descem, outros preferem ficar dormindo. É quase certo que o carro será invadido por um cheiro de chulé, aquele aroma característico de um Cheetos. Isso, amigos, é sinal de que há um comilão a bordo.
Confesso, de todas as categorias, essa talvez seja a que eu mais me identifique, exclusivamente pelo meu comportamento em voos da Azul. Adoro os snacks que a companhia oferece em seus voos. E em um voo da TAM que o serviço de bordo foi cachorro quente, não me contive e pedi dois.
Voltando ao comilão do ônibus, se são seis paradas, ele desce nas seis, come nas seis e volta com comida. O problema desse tipo é que, se estiver sentado na janela, ele vai incomodar o sujeito do corredor, no caso, eu. Lembro de um caso que aconteceu naquela fatídica expedição ao norte de Minas que eu e o Cris Castro fizemos em 2004. Dois jovens voltavam com todo o tipo de guloseima pro ônibus. Quanto mais longe ficávamos de algum centro urbano, piores eram as paradas e os quitutes. Por volta das quatro da manhã os dois entraram com um pacote de mandiopã sabor bacon. Foi o fim.
Infelizmente, não sei se há alguma solução para o comilão. Talvez usar algum tipo de protetor nasal, para o nosso próprio bem? Fica aí a dúvida.
Ah, as ilustrações dessa série são do primo e artista prolífico Gabriel Albuquerque. Coisa fina!
Arthur IV
Quando não é Chee-tos é Fandangos. E não é só o “aroma”. O barulho também pode ser bastante perturbador.