3 de dezembro de 2010 Felipe

Catar?

Gostando ou não, não é segredo que todas as federações mundiais esportivas estão de olho em novos mercados. A Fórmula 1 abriu mão de pistas tradicionais como França e San Marino para desembarcar na Coreia do Sul, Bahrain ou Abu Dhabi. Em 2011, será a vez da Índia. A justificativa, bem embasada, é uma só: Bufunfa. E aí, tanto faz se existe uma tradição automobilística no país ou não. Tendo grana, fazemos qualquer negócio.

Hoje, a Fifa escolheu a Rússia e o Catar como sedes das Copas de 2018 e 2022, respectivamente. Desbancaram candidaturas de muito mais peso, mas a Fifa resolveu expandir para novos “mercados”. E naturalmente, a escolha russa teve uma recepção bem mais calorosa do que a árabe e eu fiz coro. Também pudera, os russos pelo menos já foram para duas fases finais da Copa, tem um campeonato mais ou menos forte e bons jogadores espalhados pela Europa. O país tem cara de ser bem divertido, tem vodca e aquela coisa toda. Já o Catar, bem, eles tem dinheiro e parece que isso basta.

“Ah, mas a Índia não tem tradição automobilística. E o Catar também não tem tradição no futebol”, alguns irão bradar. Mas a população indiana é 701 vezes maior que a catarense (anotem, esse é o gentílico local). Convenhamos, dá pra criar (e manter, e crescer) uma escola de automobilismo no lugar. Mesmo que a justificativa seja puramente financeira, ainda é possível deixar um legado.

Do ponto de vista esportivo não faz sentido defender uma Copa ou um circuito de Fórmula 1 – pra ficar na comparação – no Oriente Médio. E esse é ponto. É possível encontrar “novos mercados” para o futebol que consigam unir grana (em igual ou menor proporção) e público (em maior proporção). Austrália ou China, por exemplo. Em 12 anos, a primeira Copa de mentira.

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