5 de maio de 2009 Felipe

Falta de educação

Notícia do UAI hoje comenta que População acha que BHTrans multa para ganhar dinheiro. Sinceramente, discordo. Como também discordo da idéia de que “cada fiscal tem a meta de dar 18 multas por dia”. Qualquer um que anda pelas ruas de BH vê que é MUITO fácil canetar 18 infratores diariamente. Só de estacionamento proibido eu vejo pelo menos uns 20 casos todos os dias.

Antes que falem alguma coisa, não defendo a BHTrans. Acho que é uma empresa de engenharia de trânsito que não faz o que se propõe e não gasta um centavo em campanhas educativas. Pior, também não se esforça em melhorar sua imagem junto aos cidadãos.

Enfim, o que eu quero dizer é o seguinte. O problema das multas, na minha humilde opinião, gira em torno de duas coisas: falta de educação e Lei de Gerson. Quando só andava de carro já tinha essa opinião. Agora que também rodo de bicicleta, isso fica mais evidente. É impressionante como o trânsito da cidade agarra por conta de engraçadinhos e espertinhos, que fecham cruzamentos, param em local proibido (às vezes embaixo das placas), tentam entrar em vias quando não há mais espaço, estacionam em esquinas e pontos de ônibus, etc. Ai a BHTrans multa e o sujeito vem reclamar, argumentando que é uma injustiça, uma sacanagem e coisas do tipo. Pura perda de tempo.

É preciso colocar na cabeça das pessoas que dirigir e viver em uma cidade não constituem exercícios solitários. Ou seja, não vou dirigir só pra mim e o resto dos motoristas que se fodam. Por outro lado, não é preciso ser bonzinho. Eu por exemplo chego a ser chato quando vejo motoristas folgados tentando se dar bem em cima de mim. Não deixo mesmo, fico estressado, brigo e reclamo.

Esse é um assunto que dá muito pano pra discussão, muito mesmo. E que seria bem legal se essa discussão fosse levada para as ruas, através de campanhas, movimentos, sei lá. Ideal seria uma aproximação da BHTrans com a população, trabalhando em conjunto. Só que isso parece que vai demorar. Até lá, parece que, infelizmente, a lei do “cada um por si” vai ser a única em vigor na cidade.

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Comments (7)

  1. Bravo! Parece que você andou lendo meus pensamentos pra escrever esse post. Parabéns.

    O que mais me irrita (mais até do que os Gérsons nossos de cada dia) é a maneira como as pessoas não respeitam pedestres. Eu paro na faixa e escuto buzinaços escandalosos. Mas a cara de satisfação dos pedestres quando vêem que eu levantei o dedo pelo teto solar ao buzinador mal-educado, por si só, faz valer a pena.

  2. Terence

    A BHTrans aumenta as chances da infração – misturando os mal-educados com os que eventualmente infringem. Mas que em condições mais adequadas não estariam desrespeitando leis. Como, por exemplo, as pessoas que, de repente, descobrem que a frente de sua casa virou estacionamento rotativo. Ou que já não há espaço algum na cidade livre do risco da infração.

    Este é um ponto válido e é ingenuidade não achar que a BHTrans não trabalha com isto em mente. A contratação dos marronzinhos é um cálculo econômico simples: mais gente na rua, mais arrecadação.

    Há os mal-educados, claro. Mas há também a transformação de todo o espaço urbano em uma oportunidade para multar.

  3. Diego

    Concordo com o comentário acima. Acho que o bom senso é fundamental; falta de educação é osso. Mas daí a transformar TODAS as ruas em estacionamento rotativo fica difícil. Não estou falando que ” já q tá ruim, vamos infringir”, mas precisava de um planejamentozinho mais detalhado, né não?

  4. Paula

    Felipe, nem preciso dizer que concordo com você em gênero, número e grau. Já conversamos muito sobre isso. E para mim, não existe infrator eventual, infrator é infrator e pronto. Moramos em uma cidade grande, e como em qualquer cidade grande, não existe a menor possibilidade de aumentar o espaço adequado para estacionamento nas ruas. Na região em que moro todas as ruas têm estacionamento rotativo e eu uso a garagem, quem me visita durante a semana tem que usar o faixa azul. Agora,o que eu acho mais incrível é que as pessoas que descumprem as leis de trânsito, sobretudo a do estacionamento em local proibido, preferem correr o risco de ter o carro rebocado e pagar multa e mais uma série de coisas ao invés de pagar um estacionamento. Vai entender…

  5. Gabriel

    Prestimável cabeção,
    Em passagem pela Holanda, uma coisa me chamou a atenção em Amsterdão(como dizem os lusitanos).
    Todos sabemos que a venda, porte e consumo da maconha é condizida de maneira bastante liberal e sob o aval das autoridades(um exemplo a ser observado por todas as nações), bem como a prostituição, que tb ocorre abertamente. Vale lembrar q os usuários de ambos os serviços, ao contrário do que ocorre no Brasil, não são considerados cidadãos com pouca vergonha na cara. Acho q uma coisa q esta presente desde os primórdios da humanidade não pode ser abafada simplesmente por uma lei, como é feito em todo o mundo. Enfim.
    Passeando em meio a janelas onde loiras alugam seus corpinhos e onde marroquinos vendem seus fumos, um brasileiro bem como qualquer outro cidadão de origem ocidental, preserva sua parcela de disconfiança, por puro habito. Mas a oq se vê é q não ocorre nenhum episódio sinistro ou agressivo por parte dos transeuntes, sobretudo por uma simples razão: Os policiais de lá ficam todos a paisana.
    Fantástico!
    Não se vê quase nenhum policial nas ruas de Amsterdam. Agora poderíamos instituir isso no Brasil. E pq não? Provavelmente diriam q é uma afronta a liberdade, ou sei lá oq. Mas é o mesmo caso dos pardais nas avenidas de BH. O camarada reclama q a BHTrans quer apenas fazer dinheiro, mas ela só faz dinheiro se o cara transgredir a lei. Oras! Basta não transgredir q vc não será multado! SIMPLES!!
    Em Amsterdam a sensação de segurança é total. Obviamente q as diferenças são bem complexas, mas creio q o fato de o meliante não saber quem é policia e quem não é dificulta bastante o delito tramado por ele.
    Enfim… sigamos no Brasil! ano dois mil! Céu azul! na américa do Sul! Uhhúu!

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