
Outro dia, lia “Meu Primeiro Dicionário” com Samuel. No verbete “Automóvel” apontei para um carro de polícia e perguntei o que era.
— Carro de polícia!
Depois, apontei para uma ambulância e fiz a mesma pergunta.
— Ambulância!
Finalmente, foi a vez do guincho. Ele pensou e disse:
— Não sei!
Ouvir isso me encheu de alegria. Sei que parece papo de pai babão (e talvez seja!), mas ouvir essas duas palavrinhas me fez pensar na curiosidade e nas descobertas. Por outro lado, também me fez pensar que eu deveria ter falado mais “não sei”, especialmente na adolescência e no começo da vida adulta. O medo da rejeição e de ficar fora de algum grupo me “obrigava” a falar “claro que conheço”, sem saber nada daquele tema.
Quando ele fala “não sei”, seja de forma confiante ou tímida, minha reação é reforçar que não saber é normal. E é um convite para o aprendizado e a exploração.
Como disse meu querido amigo Walter Romano em sua última coluna (e que inspirou esse texto), “Saber dizer ‘eu não sei’ não nos torna menos inteligentes. Nos torna mais verdadeiros e vulneráveis para nos conectarmos uns com os outros”.
Que o Samuel cresça tendo isso em mente. E quisera eu ter assimilado isso bem mais cedo na vida.
Stella Lobo
Felipe, seus textos sobre sua experiência parental são tão legais!! Que você continue a ser esse pai que se encanta com as descobertas e principalmente com os desafios que vem com elas!!!